Perspectivas de Trabalho para o Guia de Turismo pós COVID-19
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Perspectivas de Trabalho para o Guia de Turismo pós COVID-19

Olá, sou Helder Primo, Guia de Turismo desde 2005, porém atuando no Turismo desde 1998, já passei por várias crises durante esses 22 anos de Operação Turística, desenvolvimento de roteiros, participação em projetos, envolvimento com o poder público, associativismo, muita doação, muitas frustrações, mas também um bocado de alegria.

O Turismo sempre me levou a duas coisas que gosto muito: inovar e desafiar!

Durante o guiamento, todos os Guias, passam por situações inusitadas e quem tiver a oportunidade de conversar 30 minutos com qualquer Guia de Turismo, vai rir bastante, pois a maior parte dos acontecimentos durante um passeio ou viagem, na hora que acontecem são um grande problema, mas o Guia sempre acaba resolvendo e isso lá na frente vira mais uma boa e divertida história.

E é essa CRIATIVIDADE que o Guia de Turismo precisa ter, pois a experiência que adquirida no dia a dia do nosso trabalho, nos impulsiona a INOVAÇÃO e ao DESAFIO. Habilidades importantíssimas para superar esse momento de Crise.

Então, para que possamos nos manter ATIVOS e MOTIVADOS durante a Crise, precisamos de nos movimentar, ficar juntos e acreditar que isso vai passar. Daqui a pouco estaremos novamente fazendo as mediações para os turistas, falando de “dossel”, “lambrequim”, “peanha”, Barroco, Aleijadinho, Quadrilátero Ferrífero, distâncias, Geografia, população e tantas outras informações que esse profissional que consegue ser PROFESSOR, PROTETOR, JULGADOR E “FAZEDOR”…

Só que tudo será diferente!

Será que o turismo será o mesmo?

Será que o “modus operanti” continuará a ser o mesmo?

Cada um tem que se fazer essa pergunta e colocar a cabeça para funcionar, pois tudo pode e precisa ser diferente!

Ser diferente como?

Criando os seus próprios roteiros, se especializando em determinados nichos de mercado, fazendo parcerias com os receptivos, agências e talvez até as Operadoras de Turismo, divulgando os seus serviços nas OTA’s, desenvolvendo atividades nas comunidades próximas de onde você mora… O turismo em comunidades já vinha e é possível que depois do “caos”, seja uma alternativa para quem tem criatividade e disposição para trabalhar, INOVAR e DESAFIAR!

Como e onde divulgar o trabalho do Guia de Turismo?

COMUNICAÇÃO TRANSPARENTE e divulgação da SUA IMAGEM. E para isso, se gasta quase nada. Antes eu falava a seguinte frase: “saliva e sola de sapato” ou seja tínhamos que ir até o CLIENTE, sentar na frente dele e vender verbalmente o nosso “peixe”… agora temos como aliado as Redes Sociais. Uma foto, um post, uma frase, uma ação que você faça, sentado na cadeira e divulgado nas mídias on-line, já são o suficiente para que a sua informação chegue aonde você quer que ela chegue. Basta se DIFERENCIAR E FAZER ALGO QUE NINGUÉM FAZ AINDA!

Onde os Guias de Turismo podem buscar oportunidades de trabalho?

Até então, formamos para sermos o “cara” que fica dentro do “pacote” (conjunto de serviços que compõem um passeio de Turismo) , ajudando o Turista (não gosto da palavra “passageiro”), a transformar aquela viagem em um sonho. Organizamos o embarque, o desembarque, o check in, o check ou, servimos água, café, refrigerante (confesso que nunca consegui fazer isso, sem molhar o ônibus ou o Turista… sou péssimo nessa arte), falamos sobre os horários e em algum momento durante o passeio, fazemos que mais gostamos que é a MEDIAÇÃO, ou seja: passar para o Turista a história, a geografia, a arte e os detalhes daquele atrativo, transformando o passeio em uma experiência que ele vai (ou não se recordar por muito tempo).

É como ficaremos pós COVID-19? Vamos precisar além de INOVAR, DESAFIAR E FAZER O QUE NINGUÉM TÁ FAZENDO, buscar oportunidades em outros lugares.

Exemplos:

– Motorguia, ter o seu próprio carro, grupos menores, trabalhar em atrativos (museus, espaços de arte, eventos), aeroportos, centros de informações turísticas;
– Roteiros Gastronômicos;
– Roteiros de Atividades – BikerGuia;
– Atividades em contato com a natureza;
– Guia especializado em Arte;
– Guia especializado em História;

Por que que quem faz as mediações no Mineirão (por exemplo) é um estudante de Biologia, geografia ou artes? Você que está fazendo o Curso de Guia de Turismo pode fazer estágio em um escritório de Direito ou em um laboratório de Biologia?

Vamos pegar o exemplo do Parque Nacional de Foz do Iguaçu… Lá todos os funcionários são Guias de Turismo. Algum de nós já pensou em trabalhar na Recepção de um Parque Estadual, Nacional? Acho que seria uma experiência sensacional, se o Turista fosse recebido, por exemplo, no Parque Nacional da Serra da Canastra, por um Guia de Turismo que detém o conhecimento da fauna, flora e as regras de funcionamento do parque

É por isso que temos que nós ESPECIALIZAR!!!

Qual é a sua opinião a respeito do Associativismo?

A Crise do COVID-19 tem mostrando a fragilidade das Entidades de classe que representa os Guias de Turismo, diga-se de passagem, a única profissão do turismo legalizada e digo mais: desconheço outra profissão que tenha o seu DOCUMENTO emitido pelo GOVERNO FEDERAL e não uma Entidade de Classe.

Até agora quase todos os relatos (pelos menos é que está nas mídias sociais), são AÇÕES de Associações ou Grupos que estão se organizando para que os Guias de Turismo tenham algum amparo. Isso nas regiões que tem algum grau de organização e participação dos profissionais.

Acho que esse é o momento de estamos juntos sob uma Entidade. Aqui em Minas temos duas: SINGTUR/MG e AGTURB/MG, as duas andam juntas, porém com visões, estatutos e gestões ultrapassadas.

Gosto muito da ideia de FORTALECER a AGTURB/MG e deixar o SINGTUR (já que aqui em Minas as duas estão sobre a mesma diretoria), para as questões relativas ao tramites burocráticos. O nosso Sindicato vem de um momento que havia a necessidade de se “proteger” o empregado, frente aos “abusos” dos patrões… mas isso hoje, já mudou muito porque praticamente todos os Guias são MEI e tem o seu próprio CNPJ, fazem os seus contratos diretamente com os seus CLIENTES/CONTRATANTES. Inclusive sugiro que os que ainda não são, passem a ser.

Mas acredito que o associativismo é a melhor forma de conseguirmos resolver os gargalos que existem na nossa profissão.

Conclusão:

Acredito que tudo vai passar, tudo será diferente e os que tiverem CRIATIVIDADE, DIFERENCIAL E MUITA VONTADE DE ENCONTRAR ALGO NOVO, vai se dá bem e como sempre, nas crises alguns ficam pelo caminho, outros fazem o seu CAMINHO.

Um abraço,
Helder Primo – Guia de Turismo

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